23 outubro, 2013

(Entrevista #19) Cristina Frentzen

Boa noite! Hoje temos a entrevista com a autora Cristina Frentzen, do livro Clube de Vênus, que será publicado pelo selo especial da MODO editora. Vamos conhecer um pouco sobre a autora e sobre sua obra, que vai causar grande alvoroço, principalmente entre as mulheres. Vamos às perguntas...



1- Fale um pouco sobre você.

Bom, eu tenho 28 anos, nasci no Rio de Janeiro e atualmente moro em Salvador. Levo uma vida acadêmica intensa, tenho graduação e mestrado acadêmico em administração, dou aulas de planejamento e negócios internacionais, também pesquiso na área de relações internacionais. Essa é a face acadêmica. A outra face é a da escritora, pois amo demais escrever. Sou uma mulher de gostos simples, bem tranquila, tímida entre desconhecidos, mas tagarela entre os íntimos, adoro caminhar na chuva, estar com os amigos em um fim de tarde, viajar para os lugares mais inusitados possíveis, jogar conversa fora... Sou solteira, escorpiana e amo chocolate, assim como uma boa história...

2- Quais são seus hobbies?

Escrever, depois escrever, escrever de novo... Vamos aos outros agora, rs. Adoro ouvir música, ler livros, ver filmes... Faz parte da minha rotina diária. Agora tenho este outro hobby que realmente me coloca em sintonia com meus pensamentos, que é trabalhar com madeira. Estou sempre reinventando móveis, pintando-os, criando peças, objetos novos para a casa... É um momento em que realmente relaxo, às vezes passo o dia inteiro fazendo isso. Esvazio a cabeça e me concentro naquelas peças e nas formas inesperadas que podem tomar. De um modo geral, me atraem todos os tipos de trabalhos artesanais, estou sempre inventando coisas.

E escrever... Já falei esse? Ok, rs.

3- Desde quando você escreve?

Desde que posso me lembrar, creio que aos oito anos eu comecei a levar mais a sério a escrita, guardando textos, poesias, etc. É um hábito que me acompanha na vida e foi se transformando, ganhando os contornos dos meus gostos ao passar dos anos. No início escrevia um pouco mais livremente, pequenos contos, poemas... Depois passei para a fase das fanfics, escrevendo histórias curtas (e algumas beeeem longas) sobre minhas séries e filmes favoritos, até encontrar o caminho para os livros. Um livro é, sem dúvida, resultado de muito amadurecimento, então foi natural que, com a maturidade, tenham também amadurecido as ideias para livros.

4- Qual seu estilo literário favorito?

Eu me vejo como uma romancista de um modo geral, gosto de me apropriar do drama, de lançar pontos de vistas diversos sobre os personagens. Meus gêneros favoritos são a fantasia e a ficção científica disparados, e procuro mesclá-los sempre com uma forte dose de suspense e mistério. Romance e mistério são os elementos mais importantes de um livro na minha concepção, pois tudo deriva da maneira como você constrói estes dois aspectos. O mistério não precisa necessariamente ser um crime a solucionar, mas o mistério por trás de um personagem, o que ele realmente é, o que ele busca naquela saga. O mistério por trás de um livro, do que realmente se trata este livro? Eu gosto de guardar este segredo até o fim, deixar um último presente para o leitor nas páginas finais. E o romance, do ponto de vista do amor... Eu considero fundamental. Amor move personagens e os guia através de suas histórias, independente do gênero. E por isso os amamos também!

5- Onde costuma se inspirar?

Música e filmes são grandes inspirações para mim. Músicas instrumentais me fazem mergulhar, inventar, reinventar cenários, personagens, situações. Tenho uma grande quantidade de trilhas sonoras à disposição e sempre as escuto enquanto escrevo, procurando músicas temáticas de acordo com o momento que preciso escrever. De modo geral, particularmente peço auxílio a um ou dois filmes quando estão sem inspiração, que são “As Horas” e “Meia Noite em Paris”, ambos falam de grandes escritores e possuem uma história riquíssima, então os vejo e parece que posso ganhar o mundo depois disso!

Também gosto de caminhar, observar o mar, as pessoas e seus hábitos, meus próprios hábitos, pensamentos, fantasias. Sempre surge uma possibilidade de história a partir dessas observações, então me indago: “por que não?”.

Em termos de lugar específico, eu tenho um em especial: minha cama. Apenas deito lá após um dia intenso, ou quando acordo, permaneço deitada, braços cruzados sob a cabeça, matutando... Minha relação com o teto do quarto é extremamente fértil!

6- Como é a vida de um escritor?

A vida de escritor é uma vida afortunada, porque, na verdade, são duas vidas. Uma, a real, onde tomo todas as decisões e faço as mesmas coisas que todas as outras pessoas fazem. E há esta outra vida, a dos livros que estou escrevendo, onde posso mergulhar, tomar decisões por todas as pessoas que vivem nele. É uma sensação de poder e satisfação que faz tudo valer a pena. Em algum momento você se apaixona pelos personagens, sente pena, chora com eles, por eles. E fica feliz também quando as coisas dão certo, quando estão felizes. Um personagem feliz faz todo mundo feliz, o autor, leitores, todo mundo. E esta é uma sensação que carregamos entre estes dois mundos, estas duas vidas. É uma vida abençoada a de escritor.

7- Como e quando teve a ideia de escrever “Clube de Vênus”?

Duas amigas me incentivaram a escrever para um concurso desses de internet, mas não devo ter entendido bem, pois escrevi uma coisa erótica para algo que deveria ter relação com Halloween! Incrível como o que escrevi não tinha nada a ver, kkkk. Mas aquele esboço de história tinha algo de apaixonante e eu decidi desenvolver para o deleite das amigas. “Olha, quer saber? Vou fazer dessa história uma série”. Apenas era para ser. Então criei vários capítulos e comecei a compartilhar com as amigas mais próximas pelo facebook, e elas adoraram. Um belo dia, a história chegou aos olhos da Adriana Vargas [editora da Modo] que entrou em contato e perguntou se eu gostaria de publicar. “Por que não?”, pensei. Verdade que nunca havia passado pela minha cabeça fazer de “Clube de Vênus” um livro, mas quando Adriana sugeriu a possibilidade, imediatamente percebi que sim, a história tinha potencial e enredo para isso. Aceitei o desafio, desenvolvi mais o conto e seus capítulos, dei uma pitada do meu ingrediente favorito – mistério – aqui e ali, e cá estamos! 

8- O que vem primeiro: a história, os personagens ou a configuração?

A história. Em algum momento, os personagens assumem o controle e tudo começa a ser ditado pela maneira como eles buscam se encaixar na situação apresentada, é bem verdade, mas considero importante que o a autor tenha uma clara noção de para onde sua história vai. É claro que podemos mudar muitas coisas, criar novas, repensar o final e tudo o mais... Mas é fundamental ter uma noção cíclica de como tudo começa e termina. Quando começo a escrever um livro, normalmente já sei como termina. A mágica está no caminho, que às vezes te faz mudar de ideia sobre este término, mas não pode haver dúvida sobre para onde estamos indo. Você se surpreende com as mudanças, mas nunca ao ponto de não saber o que fazer. O personagem pode ter dúvidas de qual caminho seguir, o autor não. Por isso a história vem sempre em primeiro lugar, a configuração é resultado do que a história necessita para ser contada.

9- Em que ou em quem seus personagens são baseados?

Fisicamente, os personagens de “Clube de Vênus” foram inspirados em alguns atores, e até busquei uma pitada de charme para eles em atores da indústria pornográfica, afinal, são personagens que gostam MUITO de transar. Psicologicamente, não são inspirados em ninguém em particular, são frutos da minha imaginação. Mas gosto de acreditar que cada um de nós possui um pouco do que constitui a essência deles, mesmo que nos seja custoso admitir... Estou certa de que tenho um pouco de Tom Esquivel e Erica Stone, o erotismo transfigurado que nem sempre reconhecemos em nós mesmos.

10-   Como é a relação do autor com a editora?

A relação tem sido ótima, este é meu primeiro livro publicado e a Adriana Vargas [minha editora] tem sido um amor! Nos conhecemos pessoalmente na Bienal do Rio em setembro, pouco antes de assinar o contrato, e fiquei muito impressionada com o empenho dela, da equipe da MODO e também dos outros autores que estavam no estande. Tinha gente que não conseguiu falar comigo porque estava sem voz depois de tantos dias de Bienal. É o tipo de energia que eu procuro, gosto de trabalhar com pessoas que realmente dão o sangue pelo que acreditam. Tenho sentido essa vibe da editora, o que me deixa muito feliz!

 11- Qual seu autor favorito?

Virginia Woolf está no top para mim. Também gosto de Michael Cunningham. Amo as obras “Mrs. Dalloway” e “As Horas”, principalmente a combinação das duas. Meu livro favorito, no entanto, é “As Relações Perigosas” de Choderlos de Laclos.

Também gosto muito de Stephen King, Tolkien, Dan Brown, Saramago, Rosamunde Pilcher.

Dos brazucas, minha autora favorita é Helena Parente Cunha. “Mulher no Espelho” é uma leitura mágica e atemporal.

12- Como faz a divulgação do seu trabalho?

Por enquanto, basicamente pela internet. As redes sociais são fabulosas nesse sentido, facebook, twitter, blogs literários... Hoje mantenho algumas páginas de divulgação do livro, como a página no facebook [https://www.facebook.com/serieclubedevenus], mas também quero participar de mais feiras literárias e outros eventos do tipo. Sempre fui como leitora e agora posso ir como escritora, é algo mágico!

 13- Para terminar, fale um pouco do seu trabalho!

Bom, “Clube de Vênus” conta a história de um clube secreto onde as pessoas realizam suas fantasias enquanto outras observam. O voyeurismo é um elemento central. Acompanhamos Tom Esquivel, um jovem médico cirurgião que leva uma vida tranquila, casado, pacato, super na dele... Até que conhece Erica Stone, sua nova chefe no Hospital Universitário de Nova Suburbia, a cidade fictícia onde tudo se passa. Tom se vê seduzido pela forma que Erica o aborda, e ela é uma femme fatale que guarda muitos segredos. Aos poucos Tom vai se envolvendo em sua teia de sedução até deparar-se com a realidade do Clube de Vênus, um segredo bem guardado, mas que ele anseia fazer parte. O Clube também é um lugar de mistérios, os quais irão aprisionar o pobre Tom, pois se há algo que ele realmente quer muito, é estar com sua Vênus. E estará disposto a tudo para ter o que quer.

É uma obra erótica cheia de mistérios, onde as fantasias não têm limites. Eu realmente espero que todos vocês gostem tanto quanto eu gostei de escrevê-la!

Obrigada por responder a entrevista!


E eu agradeço, Brenda, por conceder este espaço em seu lindo blog cujo nome é tão inspirador! Obrigada a você e aos leitores que concederam um pouco de seus tempos para ler esta entrevista! Um ótimo dia para vocês e um bom resto de 2013, recheado de livros! 

3 comentários:

  1. Nossa, adorei a entrevista. Perguntas muito boas e respostas também!
    Publique logo o livro Cris :D
    Beijos
    http://donaisa.blogspot.com.br/

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  2. Morrendo de orgulho de ti.
    Excelente entrevista.
    Amei especialmente aquela sua resposta para 'como é a vida do escritor', nunca tinha parado pra pensar muito sobre isso e foi a melhor definição que já vi.
    Parabéns e muito sucesso.
    Beijos.

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  3. Mas a pessoa matando aZamiga de orgulho, parabéns por mais essa entrevista Cris e parabéns ao blog por essas lindas perguntas. ;)
    Ju - Surtos Da Juleka

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